não te pedi prisão

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prometes que me regas todos os dias - antes do sol nascer e depois de mergulhar no mar. prometes que me contas paisagens de aromas campestres e searas de trigo. prometes que me bafejas a cor das papoilas (sempre quis ser uma papoila). prometes que me respiras o ar das montanhas e que me trazes o arrepio da vertigem. prometes que me proteges da geada.
prometes. e quem to pediu?
porque queres tanto que se me atrofiem e sequem e desistam as raízes?
não sou tua. se fosse sê-lo-ía apenas até apodrecer e morrer. todas as flores morrem.
não me enterres nesse vaso.
deixa-me pelo menos ficar aqui debaixo desta árvore velha.